sábado, 15 de maio de 2010

Os componentes essenciais para montar o PC desktop perfeito



Na semana passada, fizemos uma análise dos principais tópicos relacionados à montagem do PC desktop perfeito para um usuário. Consideramos diversos aspectos importantes a serem avaliados para a realização da melhor definição possível de um ótimo projeto, sempre em prol do máximo aproveitamento da relação custo-benefício, da escalabilidade, upgrades e da satisfação real do cliente (“Os desafios para a montagem do PC desktop perfeito”), mas faltou a demonstração prática do que seria um belo exemplo do PC desktop básico em questão.


O PC que iremos montar, será voltado para as aplicações gerais, que vão desde a aplicações básicas de um simples usuário (suítes de escritório, navegação, troca de mensagens, etc.) à execução programas gráficos que exijam uma razoável capacidade de processamento (editoração de vídeo, tratamento de imagens, execução de jogos). Ao mesmo tempo, iremos analisar cuidadosamente os aspectos técnicos que levaram à escolha destes componentes, bem como a melhor relação custo-benefício disponível no mercado, condizente com a economia atual dos brasileiros. Eis, um desafio interessante! :-)

A espinha dorsal

À meu ver, a placa-mãe, o processador e os módulos de memória RAM, são os componentes mais importantes a serem considerados para a montagem de um bom PC desktop. E o motivo, pode ser resumido basicamente em uma simples palavra: upgrade!

Por ser o principal componente pelo qual os demais elementos se conectarão, a escolha da placa-mãe tecnologicamente atualizada será estrategicamente crucial para o sucesso desta empreitada, levando-se também em conta o processador e os módulos de memória. Para se ter uma ideia da importância destes componentes, toda vez que uma placa-mãe é substituída por uma mais nova, geralmente o processador e os módulos de memória também serão substituídos. Estes últimos, por sua vez, podem ser perfeitamente substituídos; porém, dependendo do tempo de uso do PC em questão, a troca poderá não ser tão vantajosa, visto que componentes defasados tendem a ser difíceis de serem encontrados e os custos podem ser altos, à ponto de inviabilizarem o upgrade.

Porquê isto acontece? Falta de planejamento!


Eis, a belíssima Gigabyte GA-785-GMT-USB3!


A placa-mãe escolhida por mim dentro desta visão estratégica foi a GA-785GMT-USB3, fabricado pela consagrada Gigabyte. E outro simples (mas bem conhecido) motivo que entra em cena, está no processo de fabricação, batizado pela companhia de tecnologia Ultra Durable 3. Esta série de placas são produzidas com componentes de boa qualidade, que conferem características especiais que nos interessam, como a maior durabilidade e o menor consumo de energia. E investimentos que duram, são investimentos garantidos.

Outro aspecto importante a observar está no uso do novo barramento USB 3.0, que propicia uma taxa de transferência de aproximadamente 4.8 Gbits/seg., ou seja: quase 10x o que seria obtido com o atual USB 2.0, que por sua vez é limitado a “apenas” 480 Mbits/seg! Embora ainda não tenhamos dispositivos que façam o uso de todo potencial do novo barramento, certamente a realidade será diferente daqui a uns 2 ou 3 anos. E o motivo pelo qual me obriga a optar pelo USB 3.0, está na futura necessidade de prover a máxima performance possível: por exemplo, com o uso de HDs externos, iríamos esperar longos minutos para concluir o backup de uma base de dados com mais de 1 terabyte, se porventura adotássemos o padrão USB 2.0. Por outro lado, o mesmo não se pode dizer do SATA 600 (600 MB/seg.), pois mesmo oferecendo o dobro de taxa de transferência do atual SATA 300 (300 MB/seg.), este último continua sendo mais que suficiente para as necessidades atuais e futuras.

Quanto aos demais recursos oferecidos, não há muito o que se preocupar. Além da disponibilidade das conexões essenciais, destaque para a relação sinal/ruído de 108dB oferecido pelo codec de áudio Realtek ALC889 HD (7.1), a disponibilidade das saídas de vídeo VGA, DVI e HDMI, a capacidade das novas portas USB 3.0 oferecerem até 3x mais energia para a alimentação de dispositivos, os recursos do IGP ATI Radeon 4200 como fazer a decodificação de vídeo a 1080p e o uso de múltiplos monitores (além do já citado Hybrid Crossfire), suporte ao Dual-BIOS (uma réplica da BIOS para ser usada como recuperação na ocorrência de desastres) e até mesmo a existência de uma porta e-SATA.

Athlon II X2 250: não é uma Ferrari, mas também não é um popular “um-ponto-zero”!


O processador escolhido para equipar o conjunto foi o Athlon II X2 250, uma CPU dual-core nativa (não castrada) baseado na arquitetura K10.5 (codename: Regor), com frequência de 3.0 GHz, TDP de 65 Watts e 1 MB de cache L2 para cada núcleo. Esta CPU oferece um bom desempenho e, ao mesmo tempo que se situa levemente acima as CPUs de entrada de linha, ela possui um custo baixo o suficiente para encorajar os usuários a fazerem um futuro upgrade, se assim desejarem. Por fim, o baixo TDP também oferece boa flexibilidade para a realização de overclocks, bastando apenas aumentar a frequência-base do barramento para chegar facilmente aos 3.6 GHz.


Memórias Kingston ValueRAM são autênticas “BBB”: boas, bonitas e baratas!


Por fim, resta-nos definir os módulos de memória RAM a serem usados, bem como a quantidade necessária. Para um PC desktop de uso geral, mas sem maiores pretensões de se tornar uma super-máquina, resolvi inserir “apenas” 4 GB de memória RAM. Para o conjunto, entra em cena dois módulos Kingston ValueRAM KVR1333D3N9/2G, de 2 GB. A placa-mãe chega a suportar memórias de até 1.800 MHz; mas, a CPU é limitada para trabalhar com memórias DDR3 de 1.066 e 1.333 MHz. Portanto, não há necessidade de gastar em luxuosos kits de memórias especiais para overclocks, ainda mais se considerarmos que o ganho de desempenho será bem pouco, se comparado aos valores que iríamos pagar.

O sistema gráfico
 
Pessoalmente, eu preferiria optar pela plataforma Intel com os seus maravilhosos CPUs Core i3/i5/i7; mas, graças ao seu medíocre IGP, a balança acabou pesando consideravelmente para a AMD: esta, possui uma plataforma bem mais equilibrada, se levarmos em conta o conjunto CPU+IGP, ao invés de se concentrar apenas na performance geral de suas CPUs (que na minha opinião, estão abaixo das soluções oferecidas pela Intel). Quem sabe, num futuro não muito distante, o nVidia Optimus (adaptado para o uso em desktops) vire este placar?
 
Eis a modesta, mas bem equilibrada Sapphire ATI Radeon HD 4650 512 GDDR3.


Optei pela simples e modesta, mas interessante ATI Radeon HD 4650. Uma placa barata e por isso ainda aceitável para um projeto que busca equilibrar o custo-benefício. Com 512 MB de memória GDDR3 e barramento de 128 bits, ela oferece uma vazão ainda suficiente para os jogos atuais, já que o público-alvo deste projeto é focado em jogadores ocasionais. Entretanto, quando for comprá-la, não deixe de conferir se a placa está equipada com memórias GDDR3 e não DDR2!

O Hybrid CrossFire também teve um papel fundamental na opção pela plataforma da AMD, pois com a adição de uma placa 3D mainstream, teremos a capacidade de alternar entre o econômico IGP para as atividades básicas que conhecemos, trazendo um consumo de energia fundamental para a manutenção da boa relação custo-benefício. Já nas atividades em que o uso de processamento gráfico entra em cena, não só a placa 3D atenderá satisfatoriamente as necessidades, como ela poderá ter o seu desempenho combinado com o IGP. Neste caso, o fôlego extra pode garantir o desempenho comparável a uma ATI Radeon HD 4730/4750; ou então, o usuário pode optar por adquirir uma placa 3D de entrada, mas visando obter um desempenho próximo a uma placa 3D mainstrem. Enfim, opções à serem estudadas é o que não falta.

Porquê não pensar nas placas 3D mais atuais, como a série ATI Radeon HD 5xxx? Bem, além de não serem compatíveis com o Hybrid CrossFire, ainda tem a questão do custo, pois os lançamentos tendem a ser mais caros que a linha já presente no mercado. Além do mais, se a questão do desempenho for importante, um jogador dificilmente ficará mais de 3 anos com a mesma placa de vídeo. Portanto, até lá ele terá tempo de sobra para reconsiderar as opções de upgrades para as suas jogatinas necessidades. Se não, o conjunto atual será plenamente satisfatório por algum tempo.


Ops, quase esqueci o monitor! Neste caso, optei pelo Samsung 633NW, um simples e básico, mas belo monitor LCD de 15.6”, com resolução nativa de 1.360x768p, tempo de resposta de 8ms e taxa de contraste em 10.000:1, com consumo moderado de apenas 17W. Sei que muitos irão preferir monitores maiores; mas aí, teremos dois inconvenientes importantes: 1) sendo maior, a resolução nativa também será maior, o que prejudicará o desempenho do sistema para rodar jogos pesados, por serem fixas (não poderemos simplesmente reduzir a resolução do jogo, pois sacrificará a qualidade da imagem em virtude das características dos LCDs); 2) muitos jogos antigos não suportam o modo widescreen e a escolha de um monitor que possua 768 pixels na altura será interessante, pois poderemos utilizar o modo 4:3 e rodá-los na resolução de 1.024x768, sem degradar imagem.

O sistema de armazenamento

Uma vez que a espinha dorsal do sistema se encontre bem definida, não há muito o que se preocupar quanto aos aspectos estratégicos, pois dificilmente existirão barreiras que dificultem ou impeçam a substituição das unidades de armazenamento (exceto o custo). No entanto, os aspectos técnicos continuam em cena...


Como havia dito no artigo anterior, é comum muitos clientes inicialmente não darem muita importância à capacidade de armazenamento, já que mesmo os HDs mais modestos atendem bem as suas necessidades. No entanto, os usuários que dispõe de jogos e uma boa conexão de banda-larga, tendem a se “empolgar” com os recursos disponíveis, passando a realizar atividades que antes não eram previstas: passam a instalar quantidades generosas de jogos e mantém seus PCs ligados direto na madrugada para fazer os seus volumosos downloads. Então, uma simples (mas bem dimensionada) unidade de 250 GB (para propósitos gerais) acaba se tornando uma deficiência do sistema. Para variar, ainda temos que considerar aquela classe de usuários que adquirem o PC para tratarem suas fotografias pessoais ou editarem vídeos, das suas férias regulares.
 Seagate Barracuda ST750330AS: o meio-termo entre o caro e o insuficiente...


Eis o Seagate Barracuda ST750330AS, um HD SATA de 3.5”, com capacidade de 750 GB, RPM de 7.200 e 32 MB de cache. Enquanto que 500 GB pode não ser suficiente, ao passo que 1 TB é praticamente um luxo, a unidade em questão certamente atenderá as necessidades gerais dos usuários. Em destaque, a boa latência do acesso em 4.16ms e a tecnologia de gravação magnética perpendicular, a qual é responsável por espremer tantos megabytes em seus 3 pratos. Tempo da garantia? 3 anos!

Uma bela unidade óptica da Sony, com suporte a LightScribe.


Para gravadores de DVDs, poderíamos escolher qualquer uma boa unidade disponível no mercado (e olha que existem aos montes). Porém, dado todos os cuidados e caprichos que tivemos para montar esta configuração, o suporte à tecnologia LightScribe não poderia ficar de fora! E a unidade em questão pode ser perfeitamente um produto da Lacie, HP, Sony, LG ou Samsung, entre tantos outros bons fabricantes. Assim, decretamos de vez o fim daquelas miseráveis canetinhas...
Leitor de cartões Akasa: tantos formatos suportados para os poucos utilizados...


Por fim, entra em cena os leitores de cartões. Uma simples unidade de 3.1/2” (que será encaixada em uma baia de 3.1/2”, que antigamente eram destinadas para os drivers de disquete) pode perfeitamente fazer um bom serviço. Mas, dos diversos modelos existentes, prefiro optar por um fabricado pela Akasa: o AK-ICR01B, que pode ser adquirido tanto na cor preta quanto na branca. No geral, a quantidade de formatos impressiona; mas, desde que leia os 4 ou 5 principais formatos do mercado, será suficiente para atender as nossas necessidades!


O gabinete e a fonte de alimentação

Eis outro componente-chave importantíssimo para garantir o bom funcionamento e a durabilidade do nosso precioso projeto: a fonte de alimentação. Mas antes de pesquisar pela fonte mais adequada, terei que calcular o consumo médio do PC desktop em questão. Para isto, recorro à ferramenta online eXtreme Power Supply Calculator.


Para prover este cálculo, considerei o overclock do processador para uma frequência de 3.6 GHz e tensão nominal de 1.45v, além de atender a recomendação do site e colocá-lo em 90% de utilização. Também considerei a possibilidade de utilizar 3 portas USBs, já que provavelmente teremos gadgets USB conectados à ela. Por fim, marquei a opção CrossFire, já que faremos o uso do Hybrid CrossFire (IGP+GPU). Por outro lado, nenhuma placa de expansão foi levada em consideração, bem como as ventoinhas que trabalharão para obter a melhor exaustão do conjunto. Claro, os demais componentes também foram escalados. No geral, consumo médio ficou em 234 Watts, sendo recomendada a utilização de uma fonte de alimentação com capacidade de 284 Watts.


Não é lá um PC bem econômico, mas ele possui um consumo bem interessante, visto o perfil de configuração adotado: lembrem-se de que consideramos a sua CPU em overclock, além da existência de uma placa 3D mainstream, como também é estimado o uso de 90% dos recursos em carga (campo System Load); mas, este sistema considera o uso de uma placa-mãe comum; portanto, se ele “soubesse” que estamos utilizando uma eficiente Gigabyte Ultra Durable e fazemos o uso do Hybrid CrossFire (que desativa o placa 3D off-board quando não está em uso), com certeza o consumo geral será bem aquém em tarefas mais leves...

Então, uma boa fonte de 450 Watts será mais que suficiente, cobrindo até mesmo a alimentação necessárias para as ventoínhas do gabinete, bem como as possíveis futuras placas de expansão! E advinhem qual foi o modelo escolhido? A boa e velha Corsair VX450W, que ainda se encontra facilmente no mercado. Mais uma vez, vou economizar a pontinha de meus dedos para que vocês possam ler a análise da fonte, publicada pelo Morimoto.


Só por curiosidade: quando vocês forem pesquisar sobre fontes de alimentação em lojas físicas especializadas e o vendedor lhe recomendar uma determinada fonte de alimentação, pergunte a ele qual foi o critério utilizado para indicar aquele determinado produto. Acreditem: garanto que vão ficar impressionados com as respostas! :-)

Para fechar o caixão (ops), falta definir o gabinete adequado para este conjunto. Mas diferente do que tenho feito até então, vou apenas dar algumas recomendações a serem seguidas: utilizar gabinetes espaçosos (3 ou 4 baias), verificar a sua qualidade de fabricação (não deverá ter arestas cortantes), inspecionar a performance do sistema de exaustão (ventoinhas dianteiras e traseiras) e claro, pagar um preço atraente pelo conjunto. Embora não aprecie muito o uso de gabinetes largos, o principal motivo pelo qual este tipo será necessário é garantir a flexibilidade do conjunto para futuros upgrades, pois temos que considerar a possibilidade do usuário utilizar uma placa 3D de alto desempenho, além da adição de outros componentes internos.
 
Os demais componentes, e observações finais

O mouse e o teclado normalmente são os componente que menos recebem a atenção por parte do usuário; no entanto, são importantes especialmente pela necessidade de garantir o maior conforto possível para as nossas mãos. E o motivo, já conhecem de cor e salteado: L.E.R.

Teclado Genius K627 (KB-06XE): simples, básico e barato, mas agradável de digitar!


Dados o motivo acima exposto, deixo em aberto as indicações para estes componentes, pois cada usuário irá se relacionar de forma diferenciada com seus periféricos de entrada. Por exemplo, eu mesmo tive o desgosto de adquirir um teclado ergonômico e não ter se adaptado bem a ele. No entanto o K627 (KB-06XE), um básico modelo fabricado pela Genius se revelou tão macio e confortável, que passei a indicá-lo para todos os que me procuram pedindo referências (existem modelos nas cores preto e branco). Se não agradar, outras opções ficam à critério. :-)

Caixas de Som Edifier X400: simples, básica e de muio boa construção.


Para as caixas de som, aproveito a oportunidade para recomendar as unidades fabricadas pela Edifier, pois há tempos, leio pela Internet uma série de depoimentos elogiosos sobre os produtos deste fabricante. Para o PC desktop em questão, um simples conjunto 2.1 como a Edifier X400, será mais que suficiente para as suas necessidades. Além do mais, dispondo de um codec de áudio de qualidade apurada como o Realtek ALC889 (108 dB), seria um crime contra os nossos tímpanos usar aquelas miseráveis caixinhas radiofônicas.

Observações finais

À exceção da placa-mãe – o principal componente do PC desktop da qual exigimos a maior qualidade possível – os demais componentes selecionados para compor o projeto são “bons, bonitos e baratos”, suficientes para atender a maioria das necessidades gerais de um usuário comum. Quando pesquisarem pelos preços, verão que nenhum deles terão valores astronômicos, embora tenhamos a consciência de que o orçamento geral certamente irá ficar um pouco acima da média, se comparado com as máquinas tradicionais oferecidas pelas montadoras especializadas.

Então, o projeto do PC desktop perfeito não agradou? Não se preocupem: ele foi criado apenas para servir de exemplo e referência, para aqueles de necessitarem montar uma boa máquina, seja para satisfazer as exigências pessoais ou atender à certas necessidades profissionais, em serviços clássicos como a clientela leiga que solicita a montagem de um PC desktop personalizado. Portanto, tenha a liberdade de customizá-lo, de acordo com seu ponto de vista pessoal!
 
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